Os dias passam, uns
dias janto, a maioria não.
Estou só, nada me
obriga a cumprir rituais, não preciso de estar presente para ninguém.
Chego no fim do dia,
numa casa vazia, sem vida, quero fugir, mas não tenho onde ir.
Sem lar, não temos bússola,
navegamos à escura, batendo nos rochedos.
Resigno-me e por aqui
fico, sem vontade de sair para outro lugar onde ninguém me espera.
Sinto falta de um
abraço, de um afeto, de partilhar a minha cama.
Não tenho com quem
desabafar, dizer mal ou bem, viver uma vida banal.
Vivo a vida que não
deveria viver, não posso estar onde queria estar.
Penso, medito,
escrevo, por vezes o relógio para, por vezes não, o tempo é inimigo da solidão.
Tenho sonhos,
realizações pessoais, mas sinto-as solitariamente, todos os que amo estão longe
de mim, talvez também vivam vidas solitárias.
Não me conformo, luto
comigo mesmo, tento vencer todos os dias esse desafio, por vezes é mais fácil.
Amanhã, vou acordar,
vou sorrir e passar o dia disfarçando a noite, querendo esquecer que terei de
regressar a esta casa no final do dia.
Assim se passam os
dias, os meses e se passarão os anos.
Acho que vou ter força
de continuar vencendo, Esperança me mantém com alegria para viver.
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