quinta-feira, 26 de junho de 2014


Lágrima

 

Esta lágrima é por ti, por tudo o que senti

A lembrança do teu sorriso, esses doces momentos

Esta outra é por nós, essa ilusão que nos uniu

Presos um ao outro, mas tão longe um do outro
 

Esta lágrima é para ti, leva um pouco de mim

Guarda em ti, a minha imagem feliz

Esta outra é para nós, para não perdermos

Esta cumplicidade e tamanha amizade
 

Esta lágrima foi de dor, desta magia fugir

Esta outra será de alegria, se te reencontrar

E que destas lágrimas floresçam lindas rosas

Vermelhas

 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

One Love - Playing For Change



A união faz a força! O que é bom torna-se ainda maior.

Magnífico este trabalho, vejam outros, curtam!

Para mim foi uma surpresa.

terça-feira, 24 de junho de 2014


Quem sou eu

 

Quem sou eu que fizeram nascer?

Eu que não nada pedi, estou aqui e não sei porque existo.

Transporto este nome, este corpo e não sei para que fim.

Fito-me no espelho, este nada me diz.

Devo anos à morte e não entendo porquê.

Não sei se existe um sentido para a vida?

E este desconhecimento de mim mesmo é o meu desassossego.

Esta inquietação que me acompanha faz tanto tempo.

Perturba as minhas escolhas e as minhas decisões.

O tanto que fiz, este vazio não me permite desfrutar.

Existe algo que não encontro, neste campo magnético que me mantém aqui.

Os meus pensamentos percorrem as minhas memórias, navegam por entre os meus sonhos, procuram descobrir qual a razão da minha existência.

Quero saber quem eu sou, não desisto nem espero, caminho.


 

quinta-feira, 19 de junho de 2014


Evolução

 

Medito sobre mim, no que sou, no que fui e sou forçado a focar-me na evolução cíclica das gerações, pois não somos mais que heranças transmitidas de pais para filhos, não apenas os genes, mas todo este complexo enredo psicológico.

Eu sou, dessa forma, o reflexo desse conjunto de mensagens diretas e indiretas do meu pai e da minha mãe, e todas formam a minha personalidade, as que se traduziram em valores ou aquelas para as quais defini a minha própria mudança.

Mas aprofundando este raciocínio, poderei imaginar que o mesmo ocorreu na cabeça de um e de outro relativamente aos meus avós, e por aí em diante, em que cada indivíduo se formou relativamente às suas raízes.

Inversamente, vejo que os meus filhos, os meus netos e as próximas gerações terão necessariamente parte de mim impresso nos seus referenciais, que mesclados com toda a bagagem transmitida pela mãe os moldarão naquilo que são e serão.

Penso novamente em mim, nas minhas constantes interrogações, necessidade permanente de entender o que sinto, e vejo que tudo é uma questão de escala. O mundo corre à escala macro e eu caminho numa escala micro.

Reconheço que devo viver na escala real, que me permita interagir com as pessoas com quem partilho a minha existência, perco certamente a possibilidade de acompanhar o presente, sempre que vivo outro tempo, no qual o tempo também tem outra duração, na escala micro evidentemente se torna muito maior.

É uma loucura, quando me transporto para fora de mim e avalio as coisas nessa perspectiva cientifica e fria, sinto o ridículo do que vivo, sinto que não vivo igual aos outros. Verdade porém, é que não os escuto, pois estamos em escalas diferentes.

Tal como comunico daqui, desejaria poder do meu mundo, viver confortavelmente no vosso mundo. Sei que é todo o mesmo como eu sou só um apenas, mas a realidade é bem diferente da minha verdade.

Assim, neste egoísmo desmedido em que não sou o primeiro nem o último penso que o equilíbrio de gerações permitiu desde sempre a continuidade da nossa espécie. Os nossos pais estabelecem com os nossos filhos a ponte para as nossas falhas e é essa a forma que encontram, para compensarem as suas próprias falhas. E Eu farei exatamente o mesmo, se um dia conseguir realmente corresponder ao que acabo de escrever.
 

terça-feira, 17 de junho de 2014


Meus lindos e queridos filhos,


Neste espaço que vocês sabem ser muito importante para mim,
eu quero vos dizer um segredo, mas não digam a ninguém, combinado?

Martim e Catarina, eu amo-vos muito!
Sabem, o amor dos pais nunca acaba,
só cresce à medida que vocês nos enchem de maravilhosas memórias.

Aqui longe de vocês, tenho o meu coração junto do vosso,
certamente o poderão ouvir bater de alegria, cantando os vossos nomes.

Aqui longe de vocês, fico muito feliz quando vejo os vossos sorrisos,
quando ouço a vossa voz, e sinto o vosso beijinho cheio de carinho.

E agora, vou enviar-vos um beijo tão especial, que será transportado
por ar, no voo de um pássaro com quem falei aqui, que o passará a uma tartaruga
amiga dele que costuma fazer praia aqui no Brasil.

Essa tartaruga caminhará pelo oceano levando o nosso beijo que,
confiará à gaivota para o entregar a vocês nessa praia aí bem perto.

Não se preocupem, ela irá vos reconhecer,
pois não haverá crianças esperando com tanto amor por uma gaivota, como vocês.



sábado, 14 de junho de 2014


Sorriso,

 

O teu sorriso é magia que me transporta para dentro de ti

Que me abraça, envolve e protege.

Esse sorriso que é teu, passa para mim e sorrio para ti

Tu, que tens tantos rostos marcados na minha vida, me encantas cada vez que sorris para mim.

Lembro os sorrisos dos meus filhos e transbordo de emoção

Lembro lindos sorrisos em mulheres que sendo lindas se tornam estrelas

Lembro sorrisos sinceros de amigos

E lembro o simples sorriso de quem cruzo e digo bom dia, de quem gentilmente sorri a um obrigado.

O sorriso tem esse valor que não se mede em palavras, mas que sinto dentro de mim.

Sorriso que gera bem estar, sorriso que alimenta, sorriso que é um pedacinho de felicidade.

Sorrindo a vida se torna muito melhor.

quarta-feira, 11 de junho de 2014


Imaginem que viviam duas vidas e não apenas uma,

E se as duas fossem totalmente inversas

Numa só caberia a vossa existência e na outra o vosso reflexo para o exterior.

Pensem então que teriam que interagir com o mundo naquela em que residem todos os medos, receios, na qual se sentiriam desprotegidos e inadaptados.

Na outra, estariam naturalmente confortáveis, estimulados pela própria vontade de mostrarem que existe vida em vocês.

E assim se transportariam de uma vida para outra numa constante necessidade de sobrevivência, numa vontade de as unir numa só e nessa mesma incapacidade.

E o desejo vos levaria a ousar e o medo a recuar.

E desta forma este eterno conflito vos afastaria da vida, de uma e da outra.

E todo este processo mental vos levaria certamente à loucura.

É assim que eu sinto que vivo!

E esta eterna busca de mim próprio me agonia, me afasta quando me tento aproximar.

Me fragiliza quando me devo mostrar firme.

Me impede de me relacionar normalmente, pois receio mostrar que sou assim mesmo, feito de duas metades.

Prefiro nem sentir a rejeição, viver no sofrimento de decepcionar, pois no fundo me decepciono permanentemente, eu próprio.

 

terça-feira, 10 de junho de 2014


Se dos sentidos, um tivesse que perder, desejaria que fosse o sentido da vida, pois não poderia passar um minuto sem observar. A minha escrita é a tradução do que vejo.
Se mesmo assim me tirassem outro, escolheria certamente o sentido contrário, pois como escutaria então o silêncio?
Preferia ter que proferir palavras sem sentido do que perder o prazer de cheirar a vida.
Não teria também qualquer sentido, não tocar na pele macia dessa mulher deitada ao meu lado.
E o paladar, eu preciso para provar o vinho com que perco os sentidos.
 

segunda-feira, 9 de junho de 2014



Beijo

 

Beijo essa boca que me chama, sorrindo,

Os nossos lábios tocam-se em suaves caricias,

Sinto a tua boca na minha e gosto do seu sabor,

Percorro os teus lábios doces na descoberta da tua língua.

Elas se tocam, descobrem-se, sentindo-se e cumprimentam-se em longo cerimonial.

E nesse desejo profundo, nos esquecemos da música que toca,

nos perdemos do espaço que nos envolve.

Este beijo que perdura sem vontade de parar,

segue o seu próprio ritmo, segue o movimento dos nossos corpos

que transcendem o beijo, em caricia, amor, afeto,

E o compasso são as nossas bocas.

Por momentos paramos, cruzamos o olhar, breve sorriso, desejo infindável.

E tudo recomeça, num beijo que termina quando um novo se inicia.


 

domingo, 8 de junho de 2014


Perfume


 
Encontro na linguagem dos cheiros o silêncio das palavras,

fragrâncias que nos acompanham para a vida, em doces memórias.

 
Esse perfume é a pele macia saída de um banho.

Esse perfume é um toque para ajeitar o cabelo.

Esse perfume é um lenço esquecido no sofá.

E o perfume que sinto percorrendo o teu corpo, quando te falo na linguagem dos beijos.

 
O perfume é desejo de cruzar um olhar,

O perfume é coragem de estender uma flor,

O perfume é um convite para dançar,

O perfume é esse segredo ao ouvido,

 
Na rua, o perfume revela essa mulher pela qual passei distraído, e nessa atração adivinho quem não vi, imagino o que perdi, fica porém o seu cheiro.

 
O perfume é desejo de um beijo,

é querer sentir que se esgota no suor dos corpos se amando.

É voltar a senti-lo nesse beijo de despedida,

E esperar por ele outra vez.

 

sábado, 7 de junho de 2014

Boa noite,

Sou o que sinto, sou feito de tantos pedaços diferentes, de bons e maus momentos, mas principalmente sou humano.

Encontro na escrita essa força que me liberta e esta energia que me sustem em situações de vida que julgo por vezes extremas. E penso até que limite deverei eu me expor, por mostrar esse meu lado tão intimista.

Mais uma vez a liberdade artística supera tudo, eu como único elemento de censura sobre mim próprio, entendo que embora trágico, o texto tem a beleza de um poema e tem por conseguinte o seu espaço neste blog.

A vossa companhia silenciosa, junta-se às vozes que me dão razão de lutar, obrigado e prometo não parar de criar, de existir enquanto o mais ténue sopro continuar a me dizer que tudo vale realmente a pena.

Filipe

quarta-feira, 4 de junho de 2014


 

Última fronteira


 

Quero morrer mas estou condenado a viver,

pois dei a minha vida àqueles que amo.

Esta vida que não é minha, nem sequer da morte.

 

Quando eu morrer não será de doença, mas sim de tristeza,

de viver nessa eterna agonia, nesta continua melancolia,

na certeza de não pertencer a lugar algum.

 

Fui feliz e tive a ilusão de poder merecer ser feliz

Porém, foram efémeros esses doces momentos,

em que me deixei transportar pelos sonhos.

 

Queria ser livre de poder morrer neste egoísmo

que porventura mereço, largar este eterno calvário

e ser livre para sempre.

 

Libertar-me de mim mesmo, deste desassossego,

ter que aceitar o que não entendo, ter que viver

esta ficção como sendo real.

 

Deixo passar o tempo, na certeza que a minha infelicidade

afasta de mim, que me quer bem. Vivi demasiado tempo agarrado

neste vazio do contato, isolado e resguardado da vida.

 

Fujo de novo, mudo de lugar em lugar, transportando-me

Como um pesado fardo, como uma condenação eterna.

Por isso, desejo morrer, porque não sei viver.