domingo, 12 de julho de 2015


Cataratas (beleza natural ou sofrimento?)


Sou a Gota que caiu aqui sem pedir,
na imensidão desta gigante massa d’água.

Transporto a minha individualidade,
por entre estas outras “irmãs” que nunca vi.
Tenho medo!

Não quero seguir cegamente para o salto.
Estou alheia à beleza que os vossos olhos contemplam,
e não vou me jogar no vazio.

Não vou ficar disforme e desaparecer no impacto,
sou uma gota que aspira a águas tranquilas.

Prometeram-me um lago,
mas naufraguei neste lugar inóspito

Luto, protejo-me nas rochas,
resisto e não me rendo.

Não entendo porque apenas eu remo para fugir
Porque se jogam todas nesta aparente euforia?
De onde surge esta confiança nesse desconhecido?


Tenho esperança de vos contar o resto da minha vida



Vencendo a Sombra

Caminho sob o sol do meio dia,
quando desapareces.

Não ousas aparecer nessa hora,
preferes me perturbar ao luar.

Porque me persegues?
Segue o teu caminho longe do meu.

Nesta hora em que o sol queima,
estou só, feliz percorro rumo ao
meu destino.

Não temo o Sol como te temo a ti.

Tu que cresces na penumbra, tal como
os fracos, o teu tamanho é ilusão.

Carrego-te sem desejar,
abusas de mim sem eu o permitir,
mas conheço a tua fraqueza.

Faço-te desaparecer e tu não ousas fazer o mesmo,
e assim te venço todos os dias,
sob o sol do meio dia.