terça-feira, 11 de fevereiro de 2014


Gente sem rosto

 
Tu que caminhas nesse passo apressado, vinda do vazio

e te dirigindo para o nada. Não transportas memória,

a tua história é igual a de tantos outros, com quem me

cruzo e com quem nunca falo.
 

Tu também não reparas em mim, pois tens que levar

a vida lutando e não contemplando, tens que sobreviver

e não desfrutar. Tu que tanto batalhas para nada ter,

queres comer para viver.
 

Tu que em nada és diferente de mim, também sofres

e também choras, também escondes a vergonha

e tentas em vão mostrar força onde existe fraqueza.

 
Tu ris, pois o riso afasta a dor, uma gargalhada

compensa esse suor sofrido diariamente.

O sorriso é a salvação dos que lidam com o silêncio

e o abraço é o elo que te une à vida.
 

Tu cresces quando te unes, ganhas força.

Tu que pouco tens, possuis a coragem dos

audaciosos e enfrentas, à cabeça, combates que eu

nunca terei coragem de desafiar.
 

Tu gente sem rosto, caminha de cabeça erguida,

Que és mais nobre do que eu

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