Imaginem que viviam
duas vidas e não apenas uma,
E se as duas fossem
totalmente inversas
Numa só caberia a
vossa existência e na outra o vosso reflexo para o exterior.
Pensem então que
teriam que interagir com o mundo naquela em que residem todos os medos, receios, na
qual se sentiriam desprotegidos e inadaptados.
Na outra, estariam
naturalmente confortáveis, estimulados pela própria vontade de mostrarem que
existe vida em vocês.
E assim se
transportariam de uma vida para outra numa constante necessidade de
sobrevivência, numa vontade de as unir numa só e nessa mesma incapacidade.
E o desejo vos levaria
a ousar e o medo a recuar.
E desta forma este
eterno conflito vos afastaria da vida, de uma e da outra.
E todo este processo
mental vos levaria certamente à loucura.
É assim que eu sinto
que vivo!
E esta eterna busca de
mim próprio me agonia, me afasta quando me tento aproximar.
Me fragiliza quando me
devo mostrar firme.
Me impede de me
relacionar normalmente, pois receio mostrar que sou assim mesmo, feito de duas
metades.
Prefiro nem sentir a
rejeição, viver no sofrimento de decepcionar, pois no fundo me decepciono permanentemente,
eu próprio.
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