quinta-feira, 31 de dezembro de 2015




A Mulher da minha vida traz nome de deusa e é um anjo.

A mulher da minha vida não esconde o seu amor por mim,
sofre como eu a saudade da distância.

A Mulher da minha vida caminha com a elegância que me
fascina e juntos nos sentimos felizes, vivendo as nossas
afinidades e aceitando as nossas diferenças.

A Mulher da minha vida tem a maturidade que me encanta
com quem converso de nós e encontro nela todos os meus
sonhos realizados.

Fixamos os olhos em silêncio e nos perdemos um no outro.

O seu abraço é intenso como o meu, e os nossos suspiros se
encontram no conforto dos braços.

Os seus beijos são vorazes e carnais, gostamos dos nossos
cheiros e os nossos corpos se completam num desejo que é
ardente.

Esta mulher existe, e eu quero ser seu homem para sempre.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015



Neste presente violento em que seguem as nossas vidas, onde partilhamos com indiferença ou emoção, as mesmas formas agressão, em diferentes lugares e múltiplos povos, os meus votos são de Paz.
Não encontro mais bela representação desta que nos foi deixada pelo Mestre Picasso.



domingo, 20 de dezembro de 2015

Sem ti meu Anjo,

Sem ti, o meu coração sangra lágrimas, que não contenho.

Ainda agora na rua parei para chorar.

Estou perdido, sou fraco para ultrapassar honradamente o teu abandono, esse fato de já não me amares.

Vivo intensamente a vida, no amor me entrego e na dor me espelho nesse vazio, nessa solidão em que te revejo em bons momentos.

A vida passa, o coração se cicatriza, mas tu és diferente. Tens tudo que eu sempre procurei e achei em ti

Não encontro razão para deixar de acreditar que juntos nos protegeríamos um ao outro, neste mundo cruel. Contigo sentia-me capaz de conquistar os mais duros obstáculos.

Agora sem ti, deambulo como um fantasma na minha invisibilidade, traída pelas lágrimas que deixo caídas por onde passo.

Quem me dera que este momento não existisse, queria poder receber os teus abraços de novo e adormecer no teu regaço.

Dedico-te este poema mulher que tornou a minha vida muito melhor, e de quem acreditei merecer ser feliz.

Hoje a minha vida perdeu grande parte do seu valor, e nessa angústia aguardo que o tempo nos ajude, pois no meio deste pesadelo guardo esperança...


Um beijo na eternidade,


quarta-feira, 2 de setembro de 2015


No teu silêncio

Desperto, abro os olhos e mantenho-me imóvel como habitualmente.

Sinto-te, Dor, sonhei que tinhas partido e que poderia recomeçar a viver.

Não me levanto ainda, espero que o meu corpo dormente consiga se movimentar. Por mais que queira saltar da cama e abraçar feliz este novo dia, sou incapaz.

Porque continuas presa a mim, sugando o meu corpo? Estou cansada de te carregar!

Resisto mais este dia. Ontem apesar de tudo levei a melhor sobre ti! Cada dia, destes longos anos, em que me punes por algo a que nem fui sentenciada, falo contigo e tu respondes, mutilando o meu corpo. Porquê?

Já nem falo de ti para ninguém que estás sempre presente, que me atormentas, e que me fazes sofrer em surdina. Não acreditam, pensam que estou doida, que exagero.

Tu és egocêntrica e ciumenta, afastas de mim toda a gente. Não entendes que não quero viver unicamente para ti?

Insistes em me causar mal, fazer com que não possa aspirar a viver uma vida simples, poder ser acarinhada.

Resisto todos os dias à tua impiedosa perseguição, crio os meus filhos sorrindo, tentando controlar os meus movimentos, para lhes esconder a tristeza de não os poder abraçar, com a força que me retiras.

Por vezes finjo esquecer, e quando te desafio, tu reages com fúria, derrubas-me. Sei que sou refém do teu julgamento sem lei.

E tu usas o meu corpo para te alastrares, insensível à minha feminilidade, ao meu ego, ao meu desejo de ser bonita para mim mesma.

Também resisto e não me conformo, tento readaptar todos os dias o orgulho que tenho em mim mesma, vencer na tenacidade, transformar as tuas arbitrariedades em forças.

Estou só nessa luta, tu sabes bem disso. Tu acreditas que vais vencer, que me vais quebrar, me derrubar, mas não tem sido fácil, pois não?

Só conheces a via do sofrimento. Não entendes que a esperança, e que a alegria de acompanhar quem amamos é fonte de inesgotável energia. 

Por cada sorriso dos meus filhos, venço cada uma das tuas torturas.

Não tenho receio de morrer. Não entendes que também vais morrer comigo? A tua voracidade reduz a tua existência, em cada ataque que causas à minha imunidade. 

Tu não tens vida, devoras a minha, destróis. Desconheces como é magnifico, tudo o que ela cria! E o meu desejo de ser feliz é a tua angústia.

Não sou de me render à derrota, e apesar da tua presença ser insuportável, a minha cabeça é forte, sou senhora da minha consciência e da minha vontade.

Por isso, todos os dias continuo a fazer as minhas tarefas, mesmo as mais dolorosas.

Tu só tens essa mísera missão, que tristeza a tua razão de existir. Eu acredito que ela terminará, talvez não em mim, mas em tantos corpos que te carregam. A ciência evolui mais depressa do que imaginas.

E agora que te conheço cada vez melhor, aprendo a viver contigo, aprendo a te contornar sem dares por isso. És cega!

Agora vai, deixa-me, tenho que me levantar, tenho que cuidar de mim.
Hoje vou celebrar a vida, vou te esquecer e tirar dos raios de sol o antídoto da tua inexpugnável existência.


terça-feira, 18 de agosto de 2015



Sempre


Palavra que transmite tanta esperança,
com ela nada termina, a continuidade
é infinitamente eterna.

E sempre procurei ser fiel a mim mesmo,
Seguirei o meu coração, ouvirei a minha razão.

Não sei quando começou o sempre,
pois ele já existia e eu cheguei,
juntei-me a ele.



Os anos passam e os dias se repetem,
o tempo voa e eu observo,
sem dar conta de mim mesmo.

Certo dia fito-me no espelho
e dou conta que eu também,
atravessei esta dimensão temporal.

Vivi intensamente as minhas
emoções, senti e sofri,
amei e sorri para esta
imensa sorte de existir.


domingo, 12 de julho de 2015


Cataratas (beleza natural ou sofrimento?)


Sou a Gota que caiu aqui sem pedir,
na imensidão desta gigante massa d’água.

Transporto a minha individualidade,
por entre estas outras “irmãs” que nunca vi.
Tenho medo!

Não quero seguir cegamente para o salto.
Estou alheia à beleza que os vossos olhos contemplam,
e não vou me jogar no vazio.

Não vou ficar disforme e desaparecer no impacto,
sou uma gota que aspira a águas tranquilas.

Prometeram-me um lago,
mas naufraguei neste lugar inóspito

Luto, protejo-me nas rochas,
resisto e não me rendo.

Não entendo porque apenas eu remo para fugir
Porque se jogam todas nesta aparente euforia?
De onde surge esta confiança nesse desconhecido?


Tenho esperança de vos contar o resto da minha vida



Vencendo a Sombra

Caminho sob o sol do meio dia,
quando desapareces.

Não ousas aparecer nessa hora,
preferes me perturbar ao luar.

Porque me persegues?
Segue o teu caminho longe do meu.

Nesta hora em que o sol queima,
estou só, feliz percorro rumo ao
meu destino.

Não temo o Sol como te temo a ti.

Tu que cresces na penumbra, tal como
os fracos, o teu tamanho é ilusão.

Carrego-te sem desejar,
abusas de mim sem eu o permitir,
mas conheço a tua fraqueza.

Faço-te desaparecer e tu não ousas fazer o mesmo,
e assim te venço todos os dias,
sob o sol do meio dia.



domingo, 3 de maio de 2015


Mãe


Hoje, dia das Mães em Portugal, dedico o meu pensamento à Mãe dos meus filhos
O seu trabalho espelhado no rosto deles é a certeza que ser Mãe é uma arte.
Que poderosa artífice que molda estas crianças e lhes permite conquistar sonhos maravilhosos.
Esta Mãe que admiro, é uma guerreira que tantas vezes abdica de si, para cuidar das suas crias.
Eles olham para ela maravilhados, sentem-se protegidos no seu regaço.
Os meus filhos sabem falar de sentimentos e de amor e são o reflexo de mimos infindáveis.
E ser Pai assim parece tão fácil, pois esta Mãe guarda os seus meninos com mil olhos.
Quebramos outros elos, mas este que nos une, é eterno.
Por diferentes que sejam os caminhos percorridos, jamais deixarei de expressar a honra de seres a Mãe dos nossos filhos.
Defenderei e respeitarei o teu desejo legítimo de querer ser Mãe.

Natacha, obrigado!


terça-feira, 31 de março de 2015


Dignidade


Ser Homem é agir com dignidade
E dignidade é o respeito com que
lidamos com os outros, todos os dias.

A dignidade não trás estatuto ou
vantagem. O reconhecimento vem
da forma como és julgado
pelos teus actos.

Eu vivo com dignidade por pura
incapacidade de viver de outra forma
E sinto-me Homem quando
sorriem para mim, quando
agradecem a minha presença.

Dignidade é combater a indiferença
e por isso caminho de cabeça erguida,
por isso enfrento sem receio o
vosso olhar.

sábado, 21 de março de 2015


Os Olhos


Empresto os meus olhos ao Poeta
e com eles vejo cores que 
nunca vi

Nos olhos do Poeta as pessoas
são diferentes, amam e sentem
de coração aberto

Não escondem emoções e
não traem os seus sentimentos
Não escondem as lágrimas e
não reprimem o desejo

E com estes olhos viajo e sonho
pelos caminhos da ilusão
por esta estrada que te trás para mim

Nos teus olhos os meus se perdem
nesta magia que perdura
com um beijo em que não solto
os teus lábios dos meus

Nos olhos do Poeta somos perfeitos
um para o outro porque não 
julgamos, amamos os momentos
e desejamos os instantes

E quando o Poeta dorme,
fecho os olhos para não
ferir os seus sonhos

quinta-feira, 19 de março de 2015



Ser Pai

Meus queridos filhos, tenho muito orgulho em ser vosso Pai. Ser Pai é a maior realização da minha vida.

Ver-vos crescer, mesmo aqui tão longe, enche-me de felicidade. Adoro os vossos sorrisos e sofro a mesma saudade.

Desejo que sejam confiantes, alegres e capazes de enfrentar os vossos desafios com coragem.

Não sei no que se vão tornar, mas acreditem que apenas o vosso esforço vos levará a vencer e conquistar cada degrau das vossas lindas vidas.

Eu levo a minha vida honestamente com humildade, procuro respeitar e ser cordial com os outros, pois acredito que podemos conviver melhor em paz.

Também hesito e erro. Errar dá-nos a oportunidade de corrigir para fazer bem.

Ser Pai é vibrar quando me chamam de Pai, é festejar cada mimo, é comover-me por ser o vosso Herói.

Ser Pai é amar e ser amado incondicionalmente, é educar, apoiar os vossos sonhos e esperar sempre pelo vosso abraço.


Amo-vos muito! Obrigado meus filhos adorados.

(dia do Pai em Portugal)


domingo, 8 de março de 2015


Dia Internacional da Mulher 2015

Coragem a todas as mulheres! Este ano não será melhor que os outros nos mais diferentes locais da terra e a luta pelos direitos consagrados pela ONU deve continuar até que sejam reparadas todos as injustiças presentes e passadas. Continua a não ser fácil ser Mulher em 2015!

Mas pergunto-me sempre nesta data, o que devo fazer, como homenagear estes seres humanos maravilhosos (existem excepções em todos os grupos), como partilhar este encantamento permanente pela Mulher, como chegar às mulheres que são realmente importantes na minha vida.

É por versos que melhor expresso este agradecimento pela vossa existência, e exteriorizo a paixão e admiração por estas caraterísticas de sobrevivência e entrega, nunca esquecendo a sensualidade que as mulheres não devem perder.

E em 2015, a minha voz fala ...

Mulher

A delicadeza do seu corpo aparenta fragilidade
Que esconde a resistência calada da tenacidade.
Sofre em silêncio dores inimagináveis que se prolongam pela vida,
Mas para mim, para nós, ela revela a leveza que nos seduz
E o seu sorriso transporta mil palavras fechadas.
Ela sabe que o meu, o teu abraço tem a força do seu amor.
Amor que ajuda a vencer cada dia.

No seu calor derreto a frieza mecânica da indiferença.
E o tempo faz diferença, quando conheço melhor o seu olhar.
Eu admiro-a silenciosamente enquanto se prepara para mim.
Na sua companhia caminho com vivacidade,
Que se perde quando estou só.
E a Mulher que eu amo envolve-me,
Num sonho mágico que me protege do presente.
E no qual, o futuro é a esperança de tudo isto ser real.

quarta-feira, 4 de março de 2015


Luz


A tua genialidade tocava a loucura, mas nem te apercebias sequer da forma como te movimentavas, abstraída que estavas no teu mundo. Esqueceras do dia em que deixaras de te preocupar, de te comparar, do dia em que escolheras viver feliz.

Sempre que passavas à frente da loja dos meus pais eu ficava fascinado, como se transportasses o arco-íris. Eu queria mas temia falar contigo, sabia apenas que desejava poder te conhecer. Raramente entravas na loja, mas sorrias ao passar e eu retribuía.
Por ocasião daquele trabalho da escola, decidi ganhar coragem e fui ter contigo, pedi para me ajudares, recordas-te?

Eu – Olá, sou o Pedro, filho do marceneiro, podes me ajudar a fazer um trabalho para a escola?

Luz – Sei quem és, mas porque vieste ter comigo?

Eu – Todos vão falar das profissões dos pais ... e eu quero descrever um artista, descobrir o que fazes para explicar aos meus colegas. Importas-te?

Luz – Será uma honra e também vai ser um desafio para mim, pois nunca partilhei uma experiência destas. Entra e fica à vontade.

Assim que entrei no teu atelier, senti-me invadido pelo ambiente, tal como se de um sonho se tratasse, entrei numa viagem mágica, da qual ainda hoje penso não ter saído jamais. A minha vida mudou certamente neste momento.

No vazio monumental de uma longa nave dispuseras blocos de mármore, no qual o sol refletia nessa luminosidade da manhã primaveril, pela parede estavam fixados esboços que eu observava encantado.

Eu – O que são estes desenhos?

Luz – Ideias para transformar estes blocos que vês aqui, como esta que já comecei.
Maravilhado imaginei como seria esta transformação tridimensional das gravuras, desejei poder acompanhar todos os momentos da sua materialização.

Eu – Quanto tempo levas a fazer isso? Pergunto isso porque gostava de ter tempo de ver até terminar o trabalho.

Luz – Nunca sei, depende de tanta coisa ... de um sonho, da tristeza ou do amor, mas vamos combinar uma coisa. Podes continuar a visitar-me depois do trabalho se quiseres. A tua presença trouxe-me hoje bem estar. Queres?

Eu – Quero sim, muito obrigado. O teu nome é mesmo Luz? Aqui neste espaço, parece mais do que nunca.

Luz – O meu Pai, trata-me assim, diz que eu sou a sua estrela.

Eu – O meu Pai trata-me só por Pedro!

Lembro que nessa tarde fui feliz para casa, na certeza de ter iniciado uma grande aventura. Era bom aluno e os meus pais ocupados com as suas tarefas davam-me liberdade para crescer, portanto, mantive o meu projeto de escola em segredo. Na escola, não era difícil manter a distância que me habituara a viver de rejeição e isolamento.

Todas as tardes, saía da escola correndo para te encontrar, sabia onde encontrar a chave e tu lá estavas moldando vida. Eu sentava-me e contemplava, observava cada gesto teu.

Eu – Luz, quando soubeste que ias ser artista?

Luz – Um dia, mais nova do que tu, fui a um museu gigante, onde vi as mais belas figuras que para o meu tamanho, pareciam tocar no tecto. Os meus desenhos nunca mais deixaram de ter grandes figuras. À medida que crescia, os pormenores mudavam, mas mantinham-se grandes e carregavam como a primeira vez, a magia daquela experiência.

Eu – Queres dizer que se não tivesses ido visitar o museu não serias o que és hoje?

Luz – Nunca pensei nisso, talvez tenhas razão. Prefiro pensar que não fui por acaso. E tu Pedro, o que és neste momento, sabes? O que serás dentro de uns anos?

Sempre soube que nunca acompanharia as outras crianças. Em pequeno tive muito tempo no hospital com uma doença que me atacou. Depois cresci, mas sempre impedido de fazer exercício fui sendo afastado dos grupos de rapazes audazes e agitados e das meninas que os admiravam.

A escola sempre foi essa etapa que desejei pular, mas que levava porque adorava aprender, conhecer, crescer. Sabia que seria a minha porta para fugir para um mundo melhor. Tantas vezes me interrogava da minha existência, o que é natural nessas idades, não tinha aqueles desejos infantis de ser bombeiro, desejava ser diferente, pois era naturalmente diferente.

Eu – Sinto que sou diferente dos outros da minha idade, não os entendo e eles não me entendem. Sonho que não pertenço aqui, sei que um dia vou sair quando terminar a escola.

Luz – percebo o que dizes... é bom conhecer outros lugares, viver outras vidas, quem sabe não voltas para mostrar no que te tornaste?

Essa conversa acompanhou-me por tantos anos, que ainda hoje, ao escrever me recordo de me ter despedido com este sentimento de ter finalmente encontrado alguém que me entendia e principalmente, que me aceitava naturalmente sem me julgar. Estava radiante e passei a meditar em voz alta com quem me podia ouvir.

O semestre passou e o meu trabalho também, tive boa nota, a professora adorou e felicitou-me e os colegas não. Mesmo assim, continuei a frequentar o teu atelier, os blocos perdiam volume e as tuas peças ganhavam forma. Eu aprendia vendo como utilizavas cada utensílio, os teus gestos. Ao teu lado observava de longe cada ângulo tentando alcançar o que procuravas visualizar e me transmitias com essa doçura sempre alegre. Ficava surpreendido ao ver-te, mulher com esse corpo delgado e mãos finas, conseguir desfazer gigantes paredes de pedra, como se de gelo se tratasse.

Eu – Quando acabares estas esculturas, como as vais apresentar, são enormes, como as irás transportar, como vão poder ver tanta beleza?

Luz – Esse projeto é apoiado por um mecenas que financia muitas bolsas, que me permite poder criar. Ele virá buscar as peças e vai coloca-las num jardim para exposição.

Eu – Vai ser certamente um sucesso! Gostava de poder te acompanhar.

Luz – Pedro, cada obra destas traz um pedaço de ti, pois tu ajudaste-me a cria-las, foi na tua companhia e conversando contigo, pensando aqui em ti tantas vezes sozinha que dei forma a cada uma delas. Tu estás presente nelas, e assim ficarás enquanto elas se mantiverem eternas.

Eu – Mas ninguém mais saberá disso, pois não?

Luz – Não precisam de saber, eles apenas vão ver um produto acabado, desconhecem o amor e as emoções que as acompanham, mas tu e eu não. E isto nos manterá unidos, pois para nós elas terão vida e falarão para nós.


Entendo hoje passados tantos anos, as tuas mensagens. Sinto que o que crio transporta a magia imortal que me une a pessoas ou momentos. Este desfile que hoje apresentei vestiu cada uma das esculturas que deixaste naquele jardim. Faz anos que venho visita-las para te falar.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015


O TREINO


E quando corro estático nesse tapete que passa por baixo dos meus pés, o tempo atravessa no seu ritmo alheio ao meu esforço, à minha vontade de o alcançar. E passo após passo procuro me focar no mesmo horizonte imutável, mas o meu pensamento permanece preso ao objetivo que fixei. Arranjo mil artifícios para me abstrair da lenta monotonia em que as minhas pernas se movimentam sem parar.
O desejo de sucesso vence o cansaço, o psíquico sobrepõe-se ao físico e cada dia nesta batalha que me vicia, proponho-me alcançar as minhas metas. Os resultados estimulam, minimizam a inércia, como que um chamamento, um encantamento. E agora sentado, relaxado após mais um treino, o meu corpo ainda reage a este ritual. Certamente que cientistas, atletas e curiosos terão as explicações para esse fenómeno, mas eu que escrevo o que sinto, reflito sobre isso e divago sobre esta sórdida motivação.
O caminho é de sacrifício, de empenho, de resistência e atravessa fases de energia e de fadiga. Porém, metro a metro, minuto a minuto, aproximamo-nos sem nos apercebermos, do que atrás nos parecia longínquo. A energia dos primeiros instantes há muito que se esbateu, foi sendo gradualmente transformada na perseverança e resiliência. No final, nos últimos instantes ainda nos resta este folego adicional que transporta a alegria de atingir o fim. E não interessa a forma, chegar é a motivação, a vitória.
Cada conquista é nossa, merecida. Vivemos dentro de nós momentos de grande autoestima. Aprendemos a confiar na nossa determinação de atingir os objetivos a que nos propomos, sempre conscientes da nossa capacidade e assim nos fortalecemos para o treino seguinte, para a mais simples das tarefas, ou a mais dura das decisões. No vazio em que percorro cada quilometro, o meu espirito vagueia pela minha vida, tal como os sonhos, nem sempre me recordo como foi, mas estou certo que é assim.
Estou aqui em silêncio, o meu corpo agradece cansado o meu esforço e a minha mente ainda acelerada ainda percorre esse vastíssimo infinito do pensamento, cruza os sentimentos, reflete as emoções. Continuo entregue a mim próprio neste delicioso momento em que tanto parece ser possível e tangível. Não me entrego à ilusão do inatingível, não perco tempo, pois quero ser feliz com o que tenho e poderei vir a ter.
Sabia que este treino me iria fazer bem, já fui com vontade de escrever, inspirado na ideia de alcançar um texto, revelar o que vivo nestes instantes. Amanhã volto a treinar....


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Boa Noite,

Faz hoje um ano que me lancei nesta maravilhosa aventura...criei um blog.
Partilhei o mais íntimo de mim, os meus sentimentos, os meus medos e o meu desejo.
Tive alturas de grande produção, tive outras de silêncio, mas dentro de mim não quebrou esta vontade incessante de falar através das palavras.
Criei amizades, amei, chorei, conversei durante horas...
Tenho mil coisas para vos contar. Tento me organizar, para melhor vos dizer o que sinto. Mil ideias, alegrias, ansiedade.
A minha vida hoje é melhor, sinto-me mais feliz, mas a emoção permanece, a deliciosa necessidade de me expressar por palavras, mantém-se com parte de mim. Vivo e experimento momentos, que recriam sonhos perdidos, pensei que não passassem de sonhos e são reais.
E agora, passado um ano, continuamos presentes eu e vocês nessa ligação misteriosa com o infinito e eu estou muito grato!

Filipe